sexta-feira, 8 de maio de 2009

De pulo em pulo

A vida dá cada pulo. Lembro-me perfeitamente quando ainda brincava com carrinhos e playmobiles, com sameiras com as caras dos jogadores, de coleccionar cromos, de jogar com berlindes, ao esconde - esconde, ao mata, de beber sumol de ananás, de evitar calcar ovnis nos passeios, de partir vasos com a bola de futebol, de suar intensamente (até na minha comunhão), de comer bolas de berlim. Lembro-me de, depois da escola, entrar no autocarro com a mochila às costas e ouvir as reclamações dos velhotes. Lembro-me de apalpar as raparigas, de andar à porrada, dos intervalos das aulas, do aproximar das férias grandes e das galochas que usava. Lembro-me do percurso até à escola, do Porto que já foi, da Brasília quando ainda o era. De usar uma boina tal e qual o meu avô e de isso o fazer feliz. Do tabefe que o meu pai me deu por, em 5 minutos, ter estourado uma bola. Do primeiro album (de vinil) dos Xutos e Pontapés, do video beta, do ruído do computador z-spectrum do meu irmão, dos desenhos animados sobre o corpo humano, do calimero e da abelha mágica. Dos meus avós que já morreram, dos cães que tive como companheiros, do meu amigo zé tó. Dos meus fins de semana. Da espera angustiante pelas notas, das histórias de alguns exames. Das raspadinhas e das bombas de mau cheiro no carnaval. Lembro-me das minha idas com o meu avô à natação do FCP, de andar de bicicleta nas antas, das minhas férias no gerês com o meu tio, de ir ver os jogos de aneball e basketball do FCP, de ser assaltado. Lembro-me disso tudo. Uma vida cheia. Mas, de pulo em pulo, tenho 35 anos, ainda casado (pelo menos juridicamente), três filhos e uma porrada de chatices.

Sem comentários:

Enviar um comentário