quarta-feira, 29 de abril de 2009

Gripe do caviar, das ostras e do champagne don perignon


No blogue denominado "cócó na fralda" a sua autora - cuja leitura recomendo - fala sobre a gripe suína e nós Portugueses. Fala sobre o nosso desejo relativamente à presença desta gripe em Portugal, sobre a relatividade das coisas. Pois bem, a escrita tem a esta vantagem - pode-se escrever sobre tudo. Ainda não paga imposto, pelo menos para já. Assim sendo, permitam-me também dar a minha opinião sobre o caso, a qual é certamente partilhada pela minha cunhada A.. Como sabem somos um país que vive acima das suas possibilidades, de gente alegadamente rica, que usa sobretudo roupa de marca e que viaja em bons carros, do i-phone, do mp4, da PSP portátil, etc. Se um produto de top saiu recentemente no mercado, nós temos de o ter. Dê para onde der. Doa a quem doer. Nem que para isso se tenha de perder horas na fila de uma qualquer FNAC. Pois bem, isso explica o porquê da gripe suína ainda não ter tido adesão - felizmente, diga-se - por estas bandas. E não teve porquê ? Porque se trata de uma gripe de pobretanas, da plebe, do zé do boné, da mariquinhas da esquina. Gripe suína ? Desde quando é que o porco ou algo relacionado com este animal é digno de registo ou é motivo de orgulho ? Nunca foi nem nunca será. Porco é porco. É barato. Há muitos. E ainda por cima só são mais ou menos bonitos quando são pequenos. Se ainda estivermos a falar de porco preto, mas mesmo assim... A mesma coisa se passa com as galinhas. Agora se estivessemos a falar da gripe do caviar, das ostras, do faizão ou do champagne don perignon, isso sim, isso já seria uma gripe com outro estatuto. Já seria merecedora da nossa atenção. Não queremos nada que se pareça ou cheire a pobre ou de terceira categoria. Longe com isso. Para nós o melhor e o melhor é pouco. Por isso, meus amigos, não me parece que essa gripe desses animais de segunda linha tenha muita sorte neste nosso cantinho à beira mar plantado. O que espero é que nunca se lembrem de baptizar outras pandemias com nomes chiques senão aí sim, estamos tramados.

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