quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ter jeito dá jeito


Tenho jeito para pouca coisa. Não sou propriamente um inútil, mas tenho muitas limitações e de vária índole. Por muito que me custe é exactamente assim. Mas o que de facto me custa, me faz doer a alma, é não ter jeito algum para aquelas pequenas lides domésticas, aquelas coisas para as quais todos os homens se ajeitam. Estou a falar de tarefas que envolvem martelos, alicates, fios, pregos, parafusos, canos, prateleiras, telhas, silicone, cabos eléctricos e outras similares. Porque homem que é homem sabe consertar um quadro que se parte, sabe reparar uma mesa e montar os móveis do IKEA num esfregar de olhos. Homem que é homem é bom nos trabalhos manuais. Mais, aprecia esse tipo de trabalho. Homem que é homem é um Bob Constructor, daqueles que tem todas as ferramentas e mais alguma. Pois nisso eu sou mais gaja. Daquelas de unhas pintadas. É verdade. Nesse aspecto não contem comigo, sou mesmo um zero, um grande - para míopes - zero à esquerda. Comigo é mais bolos. Tenho pena, mas aqui o quim zé não dá para mais. E quando muito esporadicamente dá, faz-se uma festa. Isto para dizer que gostava de ter em mim um homem que tivesse jeito para essas coisas, porque para isso os homens, ou a maioria deles, dão jeito.

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