Será ?

Ninguém no seu perfeito juízo se casa a pensar que se vai separar, que vai correr mal, que vai durar uma manhã ou uma tarde. Pensa que vai durar a vida inteira, que vai ser para sempre, até que a senhora de vestes negras bata à porta. O casamento existe porque existe amor, porque existe certeza, uma vontade imensa de união, porque se quer muito, porque se quer com a alma e o coração. Claro que há quem case por outros motivos, mais obscuros ou complexos, mas eu estou aqui, uma vez mais, a falar de amor, do amor verdadeiro. Daquele amor que doí, mas também que nos faz nascer de novo. E os filhos ? Num mundo perfeito ninguém tem filhos de quem não ama, ninguém partilha filhos com quem lhe é indiferente. Mas, então, é possível deixar de amar ? Será que isso pode mesmo acontecer ? Será que isso existe ? Existirá um fim para o amor ? Ou será que nunca se amou de verdade ? Ou será que o amor é uma grande treta, como muitos defendem ? Do tipo aqueles corações vermelhos estampados em canecas ou em T-Shirts do dia dos namorados, reluzentes mas sem sumo, sem raíz. E pode amar-se mais do que uma vez na vida ? Isto a propósito de casamentos e divórcios, de filhos partilhados, de vidas que caem de joelhos, de outras que se levantam, de protagonistas.