Ele lembra-se dela e há-de lembrar-se dela sempre. Lembra-se dos seus traços finos, da sua tez clara, dos seus cabelos feitos de sol, da sua cintura de palmo e meio, de quando se enamorou por ela, de a procurar. Ela marcou-o ao ponto de terem partilhado as estrelas do céu, de terem criado as suas próprias estrelas. Lembra-se das cartas que lhe escreveu, das juras de amor que lhe prestou, dos suspiros que lhe acorrentavam o peito. E vai lembrar-se sempre dela de uma forma serena, de uma forma bonita, como uma boneca. Porque ela marcou-o. Mas já não se lembra da sua meiguice, dessa sua suposta caraterística. Ela não compreende, diz que foi meiga vezes sem conta e que ainda o é, que tem provas de o ser. Mas ele já não se lembra. Não foi por isso, mas ele já não se lembra.
O meu irmão Nikita não voltará a Kharkiv.
Há 3 semanas
Ai, ai, que marotos que eles estão. Estão na fase dos recados. É bom sinal, afinal não há assim tanta indiferença. Desculpem a intromissão mas acho que está na altura de bateres à porta e pedir para entrar.
ResponderEliminarAfinal o mais importante já lá está que é o recheio.
Mais uma vez dsc a intromissão.
No problem.
ResponderEliminarGostei do teu texto e permite-me (mais uma vez) intrometer-me e insinuar que será que não está na altura de lhe tentares fazer a corte? Assim de mansinho ;) como quem não quer a coisa, mas está mortinho por tê-la, estás a ver? ;) Voto em ti!
ResponderEliminarbeijos
Voltei a ler e ocorreu-me uma coisa:
ResponderEliminarEle já não se lembra, porque ela teve de erguer uma muralha ultra fortificada para se fechar lá dentro com as suas crias, para se proteger da destruição causada por ele. E a muralha é tão inexpugnável que ele acha que não se lembra do mecanismo que a faz abrir. Ele já está há tempo demais atrás da muralha... está na hora de mudar de posição