Já assumi que sou cheio de defeitos. Por isso estou à vontade, este post não se me aplica.
Pois é ! Há pessoas que por vezes olham demasiado para os outros e se esquecem de olhar para dentro, para si. Ou melhor, olhar até olham mas fazem-no com os olhos semicerrados. Essas pessoas esquecem-se que, por vezes, o mal/a culpa também está em si, que não habita apenas no exterior, nos demais. Mas essa constatação acaba sempre por vir à tona, tal qual um afogado. É uma evidência que, mais tarde ou mais cedo, lhes bate à porta, não podendo elas fingir eternamente que não estão em casa, que não podem atender, que a patroa saiu (como por vezes se faz com os pedientes que batem à porta). Para essas pessoas não deve ser fácil, não deve ser nada fácil enfrentar a realidade. Mas é assim e ainda bem que é assim, pois assim nós - aqueles que verdadeiramente reconhecem e assumem os seus defeitos e o seu grau de responsabilidade - acabamos por nos convencer que se calhar, só se calhar, não somos assim tão lobos maus, não temos assim uns dentes tão grandes ou uma língua tão comprida, pois também temos o nosso quê de capuchinhos vermelho. Nem que seja apenas a capa a cobrir-nos as orelhas.
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