segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Coisas simples


Estou mudado. Mudado em muita coisa. Não sei se melhor. Estou simplesmente mudado. Cresci é certo. Se calhar é mesmo por isso, porque cresci. No meio desta mudança tenho descoberto algumas coisas boas e outras menos boas. Entre as boas, destaco a minha recente capacidade de reconhecer, de reconhecer e estimar aqueles de quem gosto. E por eles voltei a lembrar-me como são saudáveis e importantes (apesar de simples) gestos tão quotidianos como oferecer castanhas assadas (sabe tão bem com este frio passar na rua e ver aqueles carrinhos cheios de castanhas - umas já assadas e outras em vias de o serem. Sabe bem a tradição) ou uma mera caneca ou meias da Disney. Porquê ? Porque sim. porque me lembro deles em cada instante do meu dia. Porque quero que eles saibam que me lembro sempre deles. Porque gosto deles. Porque oferecer também enche a alma. Porque eles me enchem a vida.

Autor - Oscar Wilde

Escolho os meus amigos não pela pele ou por outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.A mim não me interessam os bons de espírito, nem os maus de hábitos.Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.Deles não quero resposta, quero o meu avesso.Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.Para isso, só sendo louco.Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho os meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.Não quero só o ombro ou o colo, quero também a sua maior alegria.Amigo que não ri connosco não sabe sofrer connosco.Os meus amigos são todos assim: metade disparate, metade seriedade.Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade a sua fonte de aprendizagem, mas que lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos, nem chatos.Quero-os metade de infância e outra metade de velhice.Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.Tenho amigos para saber quem eu sou.Pois vendo-os loucos e santos, tolos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Keep it simple

Já sei o que vou pedir ao Pai natal. Aqui vai: que me transforme numa pessoa simples. Só isso basta-me. Parece um pedido sem ambição, pequenino, mas não é, acreditem que não é. Porque é uma merda ser uma pessoa complicada. Complica a nossa vida e das pessoas que nos rodeiam. Queria ser uma loura burra e descomplicar. Porque isto de ser complicado até a mim me farta. Estou farto de mim, de me aturar, de me ver ao espelho, de me cheirar, de me enfrentar todos estes anos. Parar, por vezes é bom parar, para simplificar, para tentar simplificar. Como se isso fosse possível.

Bom como uma bomboca

É bom termos quem goste de nós. Que goste genuinamente de nós com todas as nossas características e sinais. Com todas as nossas gorduras, rugas e entradas. Pessoas que nos vêem, que nos sentem, que nos entendem. Já era bom em criança e continua a ser bom em adulto. Temos necessidade de alguém que goste de nós. Se calhar porque nos faz amarmos mais a nós próprios. Se calhar porque o corpo também se alimenta dos outros, do nós nos outros e dos outros em nós. Devíamos respeitar e venerar as pessoas que gostam assim de nós, pessoas genuínas. Porque quando se perde - seja porque motivo for - uma pessoa dessas também se perde um danoninho de nós. Lembro-me que na minha vida encontrei pessoas assim. Bom, se calhar não era bem assim, mas era do género. Pessoas que não esqueci, pessoas que não seria justo esquecer.

Por vezes

Por vezes é apenas uma questão de oportunidade, de timing, de se estar no sítio certo à hora certa. Isto a propósito de haver pessoas com as quais nos cruzamos na vida que teriam um papel necessariamente diferente no nosso dia-a-dia se as tivéssemos conhecido em circunstâncias diferentes, noutro tempo. Pessoas que merecem mais do que lhes podemos dar naquele determinado momento. Pessoas que em circunstâncias normais nos fariam bem, muito bem, mas que não o fazem agora. Agora não. Mas não é por entrarem na cena errada que passam a ser pessoas menores, actores medíocres. São antes pessoas fora do tempo, do tempo certo Há muitos casos assim. Paletes deles, digo eu. Porque para tudo há um momento conveniente, adequado.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Podemos...

Podemos andar desorientados. Podemos andar perdidos, sem saber para onde ir ou cair. Podemos andar com a cabeça em Marte ou Saturno. Mas mais tarde ou mais cedo, caímos em nós, no planeta Terra. Mais tarde ou mais cedo, bate cá dentro com toda a força do mundo. Mais tarde ou mais cedo, perdemos as dúvidas. Mais tarde ou mais cedo, não temos dúvidas dos nossos amores. Os meus amores são aqueles com quem quero passar os meus anos, o natal, e demais dias do ano. Os meus amores sei bem quem são.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Neste mundo

Num mundo cada vez mais problemático, num mundo cada vez mais incerto, num mundo cada vez menos seguro, importam cada vez mais as pessoas. As verdadeiras pessoas, as que merecem que se lhes chame "pessoa", "ser humano".

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A China ao poder

Compreendo que a China tome conte deste pequenito País. Se já o fez em relação a outros colossos como os EUA, como não o faria connosco. Podiam era ter um ar mais simpático, menos carrancudo. Mais atencioso. Podiam sorrir mais, ser mais bonitos e menos estranhos. Eu por mim preferia ser tomado pelo povo brasileiro. Ao menos têm o samba, a boa disposição, uma cor de fazer inveja e fazem uns excelentes sumos de fruta.

Relações amorosas

As relações amorosas (daquelas que se prezam) estão a morrer. Porquê ? Porque não as alimentamos, porque não lhes damos atenção. Porque quase tudo vem primeiro. A TV, o jornal, o computador, as tarefas de casa, os filhos, as dores de cabeça. Por isso secam, por isso caem lentamente no meio do chão. Porque se leva o trabalho para casa, e se monta o escritório no meio do quarto. Porque "se queres faz tu." Porque "vai-te lixar e não me chateies".Por isso tudo e mais alguma coisa. Não é por causa das brasileiras, das chinesas, das africanas ou das mulheres tricolores. Sejamos honestos. É porque as pessoas deixaram de ter paciência, de ter tempo, de saber amar, de lembrar o outro, de retribuir, de saber cuidar. E cuidar é fundamental. Heróis são aqueles que sabem estimar.

Filmes e realidade

Desde puto que vejo filmes em que as personagens se amam, mas que acabam por ficar separadas. Uma tontice. Que apenas em filme se compreende, que apenas no ecrã faz sentido. Porque a vida real é diferente. Deveria ser diferente. Estupidamente ou não, não é assim tão diferente.

GG - 24 Nov.

Espero que a greve geral de 24 de Novembro seja um sucesso e que no dia seguinte este país acorde como que renascido das cinzas. Com pessoas (nas quais me incluo, claro está) mais capazes, mais competentes, mais qualificadas, com mais ganas, com mais alegria. E já agora com mais matérias primas, com mais riquezas naturais. Porque só um milagre é que salva esta gente, a minha gente, a nossa gente.

Pessoas

Detesto pessoas que abusam. Daquelas que se dá um dedo e que logo a seguir nos querem tirar o corpo todo. Tenho dificuldades em lidar com pessoas assim. Porque creio no bom senso, na inteligência das pessoas. Mas não é assim. Há pessoas às quais nem uma unha lhes podemos dar. detesto essas pessoas. Porque me fazem ser uma pessoa que não sou.

Tinha de ser !

Não ficava bem comigo próprio, senão referisse a esmagadora vitória do meu FCP sobre o SLB. Soube bem, soube muito bem. Tipo leitão da bairrada. E ver aquele estádio lindo, cheio, vestido de azul e branco melhor me soube. Faltaram apenas os meus pequenotes ao meu lado, mas infelizmente neste país o futebol ainda é uma guerra, com forças policias à americana e helicópteros a sobrevoar estádios. Aos jogadores, treinadores e restante staff do FCP quero apenas agradecer pelas inúmeras alegrias que me dão. Por poder dizer aos meus filhos que somos os maiores, que somos vencedores. Que seremos sempre uns campeões.

Engordei

É um facto que me doí, mas engordei. Engordei fisicamente. No sentido inverso ao meu emagrecimento como Pai e como marido. Se pudesse, preferia que fosse ao contrário. Dava-me mais paz e alegria se fosse ao contrário, muito mais.

Pois é!

Dou comigo a pensar que há coisas que não deveriam ter acontecido. Que não deveria ter sido assim. Apesar disso acho que o mundo já deveria ter dado a volta, que o sol já deveria ter ofuscado as nuvens. Isso é o que eu, humilde pecador, acho. Não é que aqueça ou arrefeça, mas acho. Simplesmente acho. Acho também que me esforço para continuar a ser o melhor que sei de mim mesmo. Não sei por quanto tempo. Porque caminhar em direcção a coisa nenhuma dá uma gigantesca sensação de vazio. Mas enquanto tiver forças vou continuar a tentar tirar o melhor de mim. Mesmo que me sinta a caminhar sob a água. Enquanto as forças me deixarem.